quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Olha eu arrasando de novo

Dia desses, um pouco mais tranquila, escrevi mais um desabafo. Na verdade, eu estava mesmo era querendo participar de um concurso, mas as inscriçoes ja estavam fechadas entao meu texto foi publicado depois. 


Segue o link http://donasdecasaanonimas.com/nunca-sonhei-ser-dona-de-casa/

E o texto na integra. 



Às vezes olho para a minha casa e me sinto culpada por não ter tudo na mais perfeita ordem.
Tem brinquedos espalhados, sapatos e roupas onde não deveriam estar, bilhetes e livros em cima da mesa da sala e às vezes a louça da janta fica para o dia seguinte.
Amo estar e brincar com meu filho caçula. Amo a parte dos mais velhos chegarem em casa e podermos almoçar juntos. Amo ajudar meus filhos com a lição de casa. Amo cozinhar. Mas a parte da limpeza, da organização – admito – deixo a desejar.
Será que foi porque desde pequena nunca sonhei em ser dona de casa? Me lembro que nas brincadeiras de criança eu sempre era “a mulher do banco”, a “moça do supermercado”, a “mulher do escritório”. Meu pai até fez uma máquina de escrever de papel – naquela época não existia computador –  com todas as teclas no devido lugar e me ensinou o local correto dos dedos. Antes de fazer datilografia – sim, eu fiz – eu já sabia onde colocar os dedos.
Para mim, ser dona de casa não foi uma opção. Sempre trabalhei fora e quando chegava em casa dedicava meu tempo exclusivamente para os meus filhos, jogando com eles, montando quebra-cabeças, passeando ou ajudando nas lições de casa. Entao, quando me vi tendo que viver entre quatro paredes quase sem contato com o mundo externo, no primeiro momento eu pirei. Fiquei metódica, achando que tudo tinha que estar em ordem sempre. Não deu certo. Me sentia muito mais estressada do que na época em que trabalhava fora e aguentava 2 horas de trânsito por dia.
Depois passei a ser a “deixa para lá”, o que também não deu certo. E nem preciso contar o porquê. Ninguém consegue viver no caos.
Hoje sou meio termo. Tem dias que arrumo a casa com afinco. Em outros, faço o essencial. Junto sim os brinquedos – com a ajuda do pequeno – várias vezes. Principalmente porque quero ensiná-lo a ser uma pessoa organizada. Mas no demais, faço as coisas sem muita neura. Varro, limpo a cozinha, banheiro, tiro pó – e essas por obrigação, porque embora não goste do serviço de limpeza, eu odeio sujeira. Mas cozinho por prazer. Sou rápida quando preciso ser. E me demoro sem culpa se quero fazer algo diferente.  Faço bolo, tortas, doces quando tenho vontade. Quando não tenho, faço o trivial e não me culpo.
Minha casa não é uma zona total – embora às vezes acorde como se o Katrina tivesse passado por aqui. As coisas estão sempre indo para o lugar certo, mesmo que várias vezes ao dia. E o essencial está sempre feito.
Embora eu admire muito as donas de casa por opção – e admiro mesmo!!!!! – eu ainda não consegui me organizar direito.
Sinto falta do convívio com pessoas diferentes, do reconhecimento “este projeto ficou ótimo” no final de um serviço bem feito, da remuneraçao no final do mês. Sem contar que tem dias que para mim é um verdadeiro sacrifício colocar ordem na casa.
Mas aprendi que o essencial é se sentir bem onde estamos. E que eu nao preciso ser uma superdona de casa. Tenho que apenas deixar o meu lar com um aspecto feliz e aconchegante. E esse ar de casa limpa, gostosa e acolhedora, eu sei que a minha tem.
{Cris Fagá}

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