Momento de reclusão. De ficar quietinha. De me manter distante, de não pensar em nada. De ver a minha vida de outros ângulos, de pensar novos caminhos. De curar velhas feridas. Criar novas. Deixar hábitos nocivos, exercitar hábitos saudáveis.
De vez em quando eu tenho pensamentos assim, de procurar mudar e esquecer. De me refazer e saltar obstáculos. Porque eu sei que posso, não sei se sei como fazê-lo. Quando penso que o fiz, vem alguém e diz que na verdade eu fui infeliz e continuo parada no mesmo lugar de sempre. Andando em círculos. Procurando uma saída num complexo jogo de labirintos. Montando um quebra-cabeças de duas mil peças que, quando penso estar pelo caminho certo, vejo que a peça estava errada e eu preciso recomeçar a busca.
E então eu penso “pra que RAIOS eu estou no mundo?” [ainda naquela questão de perguntar a 'consequência' e não a 'causa'] ou então “porque as pessoas vêem uma pessoa diferente da que eu vejo refletida no espelho?”.
Quem sou eu? Eu não sei, mas o mundo parece saber. Eu sou alguém confusa, de mente confusa, de vida confusa, de sentimentos confusos. Isso nunca vai acabar. Um ciclo sem fim. Quando eu limpar uma bagunça, virá outra. Quando eu desatar um nó, se fará outro. Dá até vontade de manter os mesmos nós de estimação ali, para que outros novos não se façam. Comodismo, sabe? Beirando a preguiça. Ou pior, o medo. Porque se você resolve esse, e sabe que outro virá, e não sabe como será, qual o seu tamanho ou a intensidade, você logo tem medo. O novo dá medo, o velho não.
Deixa só eu chorar baixinho aqui no canto. Num faço barulho não, não gosto de incomodar. Não faço o tipo “adoro holofotes”. Só queria um colo, um carinho, nenhuma palavra dita ou ouvida. Queria a compreensão do olhar, essa que eu não tenho...
Não. Não, eu não estou triste. Não poderia estar. Não há motivos para tanto.
E o que eu tenho? Só uma profunda decepção e muitas perguntas. Perguntas a mim mesma...
Perguntas para as quais eu não tenho as respostas.
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