segunda-feira, 6 de abril de 2009

Para meu marido

Amor,
me desculpe. Não quero que se assuste com a intensidade dos meus sentimentos.

Você sabe. Sou intensa, às vezes. Aliás, na maioria das vezes. Mas me retraio sempre. Como já disse, escrever para mim é muito mais fácil do que falar. Mas, mesmo escrever sobre o que sinto é difícil. Só que de repente, não é mais. Ou talvez, HOJE não seja.

Terminei há pouco um livro, A Sombra do Vento, que dizia que: As mulheres são mais inteligentes que os homens. Ou, pelo menos mais sinceras consigo mesmas sobre o que querem ou não. Mas dizer isso, admití-lo para o mundo são outros quinhentos.

Entendi que sou assim. Sei exatamente o que quero. Sei com todas as letras, com todas as vírgulas, com todos os pontos de exclamação. Posso garantir que no que quero e desejo, não existe sequer um ponto de interrogação e todas as letras são maiúsculas. Portanto, sei mesmo.

Mas, como diz Carlos Ruiz Zafón, admitir isso para o mundo é outra história. É então, que faço rodeios, falo nas entrelinhas, dou voltas e nem sempre digo exatamente o que quero dizer - e também nem sempre escrevo exatamente o que quero escrever. Principalmente quando se trata dos meus sentimentos. Tenho medo de você me achar uma tola, incontrolável, com sentimentos exacerbados - que aliás, hoje estão mesmo.

Mas, hoje, me permito dizer:

QUERO UM AMOR COMPLETO, INTEIRO COMO DEVE SER! INTEIRO E COMPLETO DAQUI PARA LÁ. INTEIRO E COMPLETO DE LÁ PARA CÁ.

Quero o conto de fadas.
Quero o tudo.
Quero você inteiro, sem jogos.
Quero olhar teus olhos sem medo de me expor.
Quero poder falar o que sinto, sem medo de que você ache que é demais.
Quero ouvir você dizer o que sente e não pensar que é demais também.
Quero que você me olhe nos olhos, desse jeito só seu, e sentir você falar através deles. Não preciso ouvir. Eu apenas sinto.
Quero ver teu sorriso.
Quero sentir teu cheiro todas as noites.
Quero ter certeza de que você vai chegar todos os dias e vai deixar eu me aninhar nos teus braços e deitar a cabeça no teu peito.
Quero ouvir tua voz no meu ouvido e, diga-se de passagem, na minha cabeça quando você não estiver por perto.
Quero dormir de conchinha e acordar na certeza de que você ainda está lá.
Quero te abraçar e juntar meu coração no seu todas as vezes que esse abraço acontecer. - Aliás, adoro teu abraço. Você me abraça por inteiro exatamente do jeito que eu gosto.
Quero sonhar.
Quero realizar.
Tudo isso com você.

E amanhã, quando meu medo de ser ridícula voltar, eu simplesmente não vou mais passar os olhos por esta postagem. Para não me sentir tentada a deletar, ou mudar.

Mas hoje, só por hoje, não vou ter medo de me expor.
Então, meu amor, venha logo, para que o meu medo não apareça antes de você aparecer.

Um comentário:

  1. De um jeito diferente, você disse tudo o que eu queria dizer...
    Ah! Sejamos autenticamente ridículas, amiga!!!!
    Bjus!!

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