quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Rotina de Dona de Casa


Texto escrito para o blog Donas de Casa Anonimas a pedido da Daniele Correia que administra os blogs Dona de Casa Anonimas e Donnabrasileira.com 


Sou mulher, esposa, mãe de três filhos – um garotão de 15 anos, uma linda garota de 11 e um bebê cheio de energia de 1 ano e dois meses - dona de casa e minha jornada é de 24 horas.

Dia desses soltei um desabafo em voz alta: - Aff! Nunca mais tive um dia de folga!
A resposta veio rápida, direta e imediata: - Ué, mas você fica em casa, não trabalha, tem folga todos os dias!

É. Tem razão!

Minha jornada é comum e praticamente a mesma todos os dias. Levanto as 6h30 para preparar o café do marido e dos filhos maiores. Como não sou de ferro, deito de novo e me levanto as 8h, tomo café, e quando dá tempo arrumo o quarto das crianças antes do caçula acordar.

Quando ele acorda, entre 8h30 e 9h, é hora de fazer o chamego matinal – delicia essa parte, devo admitir – tirar pijama, trocar a fralda, escovar os dentes do pequeno, mingau. Logo depois do mingau já é hora de trocar de novo depois do seu famoso coco matinal que – pasmem – ele não faz se a fralda não estiver limpa.

Ai é hora de cuidar a casa que consiste em lavar a louça suja do café, arrumar as camas, varrer, aspirar o tapete, tirar o pó dos moveis, e passar pano úmido todos os dias. Enquanto faço isso, dou bolacha, danoninho, fruta e atenção para o pequeno. Em dias alternados limpo os lustres, as janelas, as varandas e o banheiro – e o meu é bem difícil já que onde moro tem muitos produtos na água e um deles, o calcário, deixa o meu Box, bacia e pia amarelos. Vou juntando as roupas, sapatos e objetos que os três grandalhões deixaram espalhados pela casa. Aproveito também para colocar roupa na maquina de lavar.

11h hora da naninha do bebê. E até hoje não entendi porque essa hora é tão difícil. Está com sono, fecha os olhos e dorme!!!! Mas aqui em casa – e na casa de um monte de mamães – essa é a hora mais complicada do dia. A média por aqui é de 30 a 50 minutos de labuta. Quando ele finalmente pega no sono é hora de fazer o almoço para os mais velhos que vão chegar da escola. Ah... estender as roupas. Não posso esquecer!

12h30 o pequeno acorda para almoçar. Geralmente dou o almoço para ele separado dos demais porque se ele se distrai não come direito. Quando os outros chegam da escola, por volta das 13h30 é hora do almoço. Quando eu era secretaria tinha 1h e 15 minutos de horário de almoço. Sentava na mesa do restaurante e era servida por um garçom. Me sobraram agora os 15 minutos. E posso afirmar com segurança que não o faço sentadinha na mesa em tempo integral. Levanto porque o mais velho “quer mais carne”, minha filha “não encontra o refrigerante” e ainda divido o prato com o caçula que pega a colher e faz a festa no meu prato. No restante da minha hora de almoço não saio para ver vitrines, passear no parque ou qualquer coisa do gênero. Vou lavar a louça. E nunca tive que lavar a louça nos restaurantes.

A tarde, um pouco mais tranqüila, limpo a cozinha e quando faz calor saio de bicicleta com o Renzo e vamos a um parque nos divertir um pouco. Como agora é frio brinco com ele, assisto TV – meus programas preferidos são Cailou, Elefante Babar, Jim o astronauta e outros - e ajudo os mais velhos na lição de casa – quando entendo, é claro! Afinal, mãe não sabe tudo e muitas coisas que eles aprendem agora eu nunca vi e outras – que vergonha – esqueci. As 17h, depois do banho e da soneca do bebe, passo roupa e preparo o café da tarde. Lavo louça. Quando o maridão chega em casa as 19h30, geralmente a janta está pronta. Dou janta para o pequeno e depois jantamos todos juntos. Levanto da mesa umas 3x em media. Normal! Já faz parte da minha rotina. Lavo a louça e ai sim sento para assistir um pouco de TV. Claro que não presto atenção ao programa porque o caçula quer brincar. As 21h depois de dar mamadeira e faze-lo dormir, vou enfim, tomar meu banho. Ah... olhar se as crianças levaram o lixo para fora.

As vezes a rotina muda um pouco e vou ao mercado, a padaria, a farmácia, ao açougue buscar algo que falta.

Claro que apesar de tudo isso tenho muitas vantagens. Não pego transito, não fico no frio, não tenho cobranças de chefe. Ganho beijinhos, cheiros, risadas e piscadas durante todo o dia. Posso compartilhar a vida dos meus filhos que me contam sem pressa como foi seu dia na escola. Fui a primeira a ver o Renzo engatinhar, andar e fazer tantas gracinhas que eu não teria compartilhado se trabalhasse em tempo integral. E quando o meu marido chega em casa, eu o recebo com beijos e um carinho todo especial.

Sim! Eu fico em casa todos os dias. Mas folga? Eu realmente não sei quando foi a última vez que tirei um dia de folga.



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