E inconstante - devo admitir.
Existem períodos em minha vida que as palavras simplesmente afloram em minha mente e me vejo tão plena, tão confusamente cheia delas que começo a jogá-las em papel - ou na tela de um computador.
Antigamente escrevia. Com papel e caneta, muitas vezes lápis, que eu tinha sempre ao alcance da mão. Hoje em dia nem sei onde estão. O note tomou seu lugar. Mas não que tenha tornado a minha tarefa de escrever menos difícil, ou menos confusa.
As vezes tenho períodos de inspiração. Acordo cheia de frases com as quais devo trabalhar para transformá-las em texto. E ao adormecer me brotam idéias que devo fazer florescer.
Uma pena que estes picos de escritora se intercalam com uma preguiça incansável de pensar, de elaborar, de trabalhar com palavras. E às vezes me calo. Não falo, não escrevo. E aqui dentro tudo se transforma em silêncio. O turbilhão de idéias e palavras dão lugar à esta falta de som ensurdedora dentro de mim.
E me pego pensando... o que eu vou fazer se eu nao tiver mais vontade de falar?
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