segunda-feira, 11 de maio de 2015

Nada é mais volúvel do que o coração de uma mãe



Dia destes, um amigo muito querido me fez uma pergunta: -

Eu li seu texto e pensei: será que existe a possibilidade do amor de mãe ser diferente de um filho para o outro, ou é igual para todos?? Me responde com sua sinceridade! Baccio



Confesso que não pensei para responder. Só respondi: - 
Serei absolutamente sincera!!!!



Eu amo os três com a mesma intensidade. Como sei disso? Porque eu seria incapaz de escolher entre eles. 




Tipo: Se alguém chegasse e dissesse: - escolha um deles que vai ter que morrer. Ou, somente um deles vai viver. Eu já pensei nisso algumas vezes e acho impossível escolher. Não me imagino sem um ou sem outro. 



Mas o tipo de amor não é igual. 

Tipo: eu não consigo amar o Gui de pertinho. Ele não deixa. Eu não posso abraçar, beijar. E até quando eu escrevo algo para ele no face, ele fica irritado. _ Porra mãe, eu to morando na mesma casa que você, poderia me falar pessoalmente ao invés de escrever... As vezes sinto raiva dele porque ele é preguiçoso e enrolão. 





A Luana já é diferente. Ela vem, deita comigo, me abraça, me beija. Ama que eu escreva no face para ela, aliás, faz questão. Ela é estudiosa e aplicada. Então eu incentivo. A gente comprou um teclado para ela e estamos pagando um professor. O Gui ficou puto com isto, mas a diferença é que ele não se aplica. 


Uma vez por mês, ao menos, eu compro um livro para ela. E ele fica querendo que eu compre algo para ele também, mas o que? Eu disse que poderia comprar algo se eu visse que ele esta se aplicando em alguma coisa, como quando compramos o equipamento de tatuagem - e que está encostado dentro da gaveta. A diferença é que eu posso demonstrar mais para ela que para ele.
Apesar disto, de demonstrar mais amor pela Lua que pelo Gui, o Cleber e a Lê acham que eu protejo mais o Gui que a Luana. Mas é porque ela quase não precisa de proteção, porque sabe se virar, estuda, se aplica, é educada. O Gui, como é respondão e preguiçoso, às vezes, para não entrarmos em conflito com o Cleber, eu escondo as cagadas dele. E aí as pessoas pensam que eu protejo mais ele. Até mesmo a Luana fala isto de vez em quando. 



E tem o Renzo, que é pequeno. Dorme com a gente, levo no parque, faço tudo por ele. Se de repente acontecesse algo muito grave e eu tivesse que escolher, tipo: - você só vai poder ficar com 1 dos filhos e os outros dois terão que morar com os pais, por exemplo. Provavelmente eu escolheria ele, e não porque amo mais, mas porque é o menor e acho que ele não sabe se virar sozinho. Eu sentiria mais falta dele agora que dos demais. Mas sofreria por isto também. Sofreria todos os dias. 


Eu amo cada um deles de um jeito diferente. E tem dias que me sinto mais próxima a um que a outro. 

Tem dias que o Gui está todo carinhoso. E, nestes dias, eu aproveito e fico perto dele o tempo todo, para aproveitar. Ou quando ele veio para cá nas férias. Eu fiz absolutamente tudo o que ele fez. Todos os gostos e mimos. 


Como eu e a Lua vamos para Paris, ultimamente todos os dias a gente para para ver alguma coisa juntas na net a respeito disto. É ela que tem curiosidade pelo Espiritismo por isto assistimos filmes e palestras juntas e fazemos o Evangelho no Lar. 




Agora no verão passo o tempo todo com o Renzo, porque os dois maiores não querem mais sair com a gente. E tudo o que faço incluo ele no programa. Aliás, faço os programas para ele. 




Mas tem dias que não suporto olhar para o Gui. Não consigo nem falar com ele direito. Ou dias que o Renzo está tão chato que eu - vergonhosamente confesso - largo ele jogando videogame só para não perder a paciência com ele. Ou que a Lua está insuportável e eu não quero nem ficar perto dela.... 



Entende isto? Eu amo os  três com a mesma intensidade. Mas não da mesma maneira. E não do mesmo modo todos os dias. 



Quando o Wander estava vivo, minha mãe vivia atrás dele, protegendo ele, encobrindo as cagadas e tals... e nós três ficávamos com raiva porque achávamos que ela amava mais ele. Hoje eu entendo. Não é que ela amava mais. Era o que mais precisava dela. 



E hoje em dia ela se dá melhor com a Leninha. Mas é porque a Leninha tem paciência para ela. Eu não tenho. Nem o Junior. E o Junior às vezes fica com ciúmes porque diz que ela ama nós duas mais que ele, mas é porque estamos mais longe, e é mais fácil amar quem está longe. Existem menos motivos para brigar. 




É complicado.... 

Tem um texto que li uma vez que diz assim: 
- "Perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido. 
E ela respondeu: 
- "Nada é mais volúvel que um coração de mãe. O filho predileto, aquele a quem me dedico de corpo e alma é o meu filho doente até que sare. O que partiu, até que volte, O que está cansado, até que descanse. O que está com fome, até que se alimente. O que está com sede, até que beba. O que está estudando, até que aprenda. O que está nu, até que se vista. O que nao trabalha até que se empregue. O que namora, até que se case. O que casa até que conviva. O que é pai, até que crie os filhos. O que prometeu, até que cumpra. O que chore, até que cale. O que me deixou, até que o reencontre".

E do livro A Cabana: 
Cada relacionamento entre duas pessoas é absolutamente único. Por isso você não pode amar duas pessoas da mesma maneira. Simplesmente não é possível. Você ama cada pessoa de modo diferente por ela ser quem ela é e pela especificidade do que ela recebe de você. E quanto mais vocês se conhecem, mais ricas são as cores desse relacionamento. (William P. Young)

 

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