quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Amar é facil, o dificil é ser amado




Tenho pensado muito nisso ultimamente. 

A gente ama. E para isso nao hà explicaçao. O outro - seja em que relaçao for -  nos é caro e entao, simplesmente, o amamos. O amamos apesar - e por que nao dizer com - os seus defeitos. Amamos mesmo que o outro nos machuque. Amamos porque amamos. 

Mas ser amado dà um trabalhao danado. Requer um exercicio diàrio. Mas geralmente vale a pena. 

Me lembro de uma colega de trabalho. Gostei dela assim, no primeiro dia. E embora as recomendaçoes dela nao eram as melhores - diziam que ela tinha um genio dificil - eu resolvi que iria fazer ela gostar de mim. Tà que nem tive tanto trabalho assim. Hoje em dia, mesmo com toda a distancia, ela é uma das poucas AMIGAS que tenho. 

E quanto ao Cleber? Eu o amava, disso nao tinha duvidas. E até achava que ele me amava tambem. Mas ele foi viver em outro pais e eu tinha que me fazer presente. E me fiz todos os dias. Me fiz ser amada por ele de tal maneira que ele nao conseguiu viver sem mim. Deu trabalho!!!! E hoje, lutamos juntos, dia a dia para nos fazer amados. Porque sabemos o que sentimos um pelo outro. O que nao podemos deixar é que o que o outro sinta por nos diminua. 

Nossos filhos? Eles nao nos amam assim, de graça. Principalmente depois de uma certa idade. Alias, eles passam por uma fase que a coisa mais dificil é nos amar. Mas pai e mae nao desiste. Insiste. Mesmo brigando, reprimindo, educando, é fiel na arte de se fazer amar. 

Por outro lado, vejo relaçoes desgastadas. Casais que nao insistem mais no amor, desistiram disso. Apenas vivem um ao lado do outro, talvez por toda a vida. Mas sem o encanto do amor. 

Vejo relaçoes de pais e filhos perdidas. Conto aqui um caso de uma vizinha, cujos filhos nao a visitavam. Eu - na minha ingenuidade - os julgava. Mais tarde fui saber da historia toda e descobri que ela foi uma mulher que nao se fez ser amada pelos filhos. 

Ser amado requer insistencia, persistencia, paciencia. 

Geralmente da certo, mas é preciso entender que tudo tem um tempo certo para acontecer, até mesmo os sentimentos. E, se nao desistirmos, ele vem. Ah, se vem!!!!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Filhos, um ato de amor.




Adoçao è simples, até certo ponto de vista. Um casal se conhece, se apaixona, se casa. Por algum motivo resolvem  ter um – ou mais – filho não biológico. É um ato de comum acordo. E a criança vem cheia de alegrias e problemas – como todo qualquer outro filho, seja ele biológico ou não.  Aquele ser é seu filho, embora não tenha nascido de ti. Mas a paternidade é impossível de contestar.

E quando a adoção não é tão simples assim? E quanto uma pessoa conhece uma outra e se apaixona sò que essa outra pessoa já vem com uma bagagem – os filhos. Você não escolheu a adoção, não escolheu ter filhos não biológicos. E esses filhos também vem cheios de alegrias e problemas – como todo qualquer outro filho, seja ele biológico ou não.

Essa paternidade é mais difícil, afinal, não é tão fácil aceitar os defeitos de uma criança – ou adolescente - que não é sua. Geralmente, os “pais postiços” tem muita dificuldade em aceitar os defeitos dos filhos do outro. Afinal, aquele não é seu filho. Defeitos que perdoariamos, ou tentaríamos consertar nos nossos filhos, se tornar impossíveis de aceitar no filho do outro. E a vontade é que essa criança va embora, va morar com o seu outro genitor biológico, afinal, o problema não é seu.

Conheço uma pessoa que mandou a filha embora para morar com o pai dela, mesmo contra a vontade da menina, porque o atual marido não a aceitava de jeito nenhum. E a vida da mulher se tornou um caos tão grande que ela resolveu ceder a vontade do marido e obrigar a filha a morar com o pai. A minha pergunta, neste caso, é: - Se fosse filha dele realmente, o que ele faria? Colocaria de volta no ventre da mae? Ou devolveria para o orfanato? Duvido muito. Se fosse filha dele, acredito que ele tentaria mais uma vez, e mais uma e mais uma. Porque de filhos a gente nunca desiste. 

O que tenho visto é que essa situação gera um grande circulo vicioso. “Genitor postiço” não aceita e não vê a criança como seu filho. O “filho postiço” por sua vez também não vê o “genitor postiço” como um pai – ou uma mãe.  E eles sentem isso. Criança não é boba. Ela sabe e sente quando o outro a ama e age como se fosse realmente seu pai/mãe. Afinal, são coisas simples que fazem a diferença.

Um chocolate escondido na gaveta para que o filho do outro não veja ou não pegue.
Negar alguma coisa que a criança gostaria de comer- quando sabemos que jamais o negaríamos a nossos próprios filhos – sejam eles biológicos ou não.
Fazer diferença entre as crianças.
Não ter paciência com os erros do “filho postiço”.
Nao conversar
Nao perdoar
E, acima de tudo, não demonstrar amor suficiente.

Claro, que também acredito que seja bastante complicado quando o filho não vê o marido/ a esposa do genitor como pai. 

Mas a minha opinião é que esse é um passo que o adulto deve dar primeiro. E ter a paciência de esperar o tempo certo da criança. Ter consciência de que aquele ser precisa do apoio dele, do carinho, da atenção, e não apenas da repreensão e de criticas.

Saber aceitar o tempo certo da criança, ter paciência com os erros e tropeções, aconselhar ao invés de criticar são coisas que a meu ver dariam um bom resultado final. Porque sim, você não escolheu “adotar” aquela criança como sua. 

Mas ao escolher viver com alguém com filhos deveria ter em conta que é importante viver também com os filhos. E agira como se realmente fossem seus.

Um amigo meu dizia que esse é um passo que cabe ao adulto, porque a criança ja vem de um processo de rejeiçao - seja a separaçao dos pais, seja o abandono de um dos genitores. Cabe ao adulto demonstrar amor. E a criança sabe que para o marido/esposa do genitor ele é uma bagagem, alguem que ela nao escolheu, mas com a qual vai ter que conviver. Afinal, quem é que fala: - eu quero aquela criança entao, até aceito conviver com a mae/ pai dela? A criança sabe que nao é bem vinda, que nao foi escolhida, e que muitas vezes é até rejeitada pelo outro. Entao, como ama-lo como um pai/mae? 

Me lembro de uma historia de um rapaz com quem trabalhei hà alguns anos. Ele foi morar com uma moça que tinha uma filha de 11 anos na época. A menina nao o aceitava de jeito nenhum. Ele todos os dias olhava para ela e dizia: - "Maria" (trocaremos os nomes) eu te amo. A resposta dela no começo era simplesmente: - O PROBLEMA é SEU. E todos os dias antes de dormir, ele lhe dava boa noite e repetia a mesma frase. Depois de um certo tempo, ela parou de dizer: - O PROBLEMA é SEU. e passou a responder com um simples : - TA!. Até que um dia ele ouviu o tao esperado: - eu tambem te amo. Quando a garota soube da gravidez da mae, começou a chorar desesperadamente. Ao ser indagada do motivo daquele choro, a resposta foi: - é que eu tenho medo de que agora que voce vai ter seu proprio filho, voce deixe de me amar. Ele explicou para ela que ela tambem era filha dele e que a vinda de um outro filho nao diminuiria o que ele sentia por ela. Claro que tudo isso nao foi um processo rapido. E ainda hoje eles ainda tem conflitos. O maior deles foi quando ela começou a andar com uma turminha da pesada e ele a proibiu. Ela brigando disse: - voce nao pode fazer isso, nao é meu pai. A resposta dele: - Nao sou teu pai biologico, mas te amo mais que ele. E isso faz de mim mais pai do que qualquer outro. Claro que para chegar a isso, ele realmente precisou agir como um pai. E a grande diferença aqui é que ele nunca desistiu dela. Ele fez realmente questao de ser o pai dela. Mesmo que levasse muito tempo para isso. 

Cabe ao adulto demonstrar amor. Vale a pena parar para pensar: 
Voce seria indulgente com os erros do seu próprio filho? 
Voce abandonaria ou "devolveria" seu filho?
Voce o trataria da mesma forma que trata o "filho postiço"? 
Voce demonstra amor?

Porque toda e qualquer relaçao se resume nisto. Amor. 

Tenho dito muitas vezes, AMAR É FACIL. DIFICIL É SER AMADO. 

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