quinta-feira, 10 de agosto de 2023

E vivia perdida e vivendo em erros

As vezes nao sei o que estou fazendo, ou se ao menos estou no caminho certo. 

As vezes penso quenao sou boa o suficiente e as vezes sinto todo o peso do mundo em minhas costas. E muitas vezes sinto as 2 coisas ao mesmo tempo. 

Quando o Guilherme ainda era um adolescente e morava em casa, sempre tinha um monte de problemas, brigas, discussoes e eu estava sempre no meio de todo o caos porque amo o Cleber, mas ele era muito difícil. Ele foi criado com tantas regras e não suportava o jeito leve que eu criava meus filhos. Amo o Cleber, mas o Guilherme é e sempre foi e sempre sera meu filho e eu jamais abandoraria ele por nada nem ninguem. 

Entao, fiquei no meio do caos de intrigas e discussoes por anos e anos. 


Renzo tem 12! E vejo a historia se repetindo. Renzo é um adolescente dificil. Talvez, até mais do que Guilherme e Cleber comete os mesmos erros e comportamentos do passado. Intransigente, querendo tudo a maneira dele, impaciente. 


E a verdade é que eu nao tenho voz em capitulo. Se estou dando uma bronca, ou conversando com o Renzo, ele se mete. E, se eu nao estiver de acordo com ele, com o que ele faz, com o que pensa, o que eu penso nao conta nada. 


Ontem a noite ele brigou com o Renzo. Renzo atrapalhou o nosso sono. Cleber se irritou. E por isto quis colocar o bloqueio no celular do Renzo. Embora eu seja de acordo com o bloqueio, nao penso que era algo para ser feito naquela hora, porque nao deve ser uma puniçao. Tem que ser uma regra da casa. 


Mas ai penso: qual regra da casa o Renzo deve seguir? A de nao jogar video game o dia inteiro? A de ter horario para dormir? olho para a minha casa e vejo a sombra da casa dos meus pais, onde a regra era: Faça o que eu digo, nao faça o que eu faço.

Cresci com regras que so valiam para os mais fracos. Porque os adultos faziam o que queriam. Os adultos gritavam, se xingavam, exigiam, brigavam, e a nos, nao restava que abaixar a cabeça e seguir o que era pedido - ou mandado. 

Mas ontem, depois de todo o aue, em que eu fui contra, o problema virou eu. E ai, meu marido mal me rivolge a palavra o dia todo. E eu estou cansada!

Estou cansada do fato de que ele tem que ter sempre a ultima palavra em tudo. Cansada do fato dele passar o dia todo jogando video game, coisa que alias, ele repudiava em todo mundo, no Guilherme, no Renzo e até mesmo no Kevin. 

Se o Renzo quer fazer uma coisa de um jeito nao pode, porque o jeito certo é o do Cleber. E, Meu Deus, como os dois sao parecidos... ele é igual ao pai, porque para ele, o jeito certo è o dele. E ele tem que ter a ultima palavra, tal como o pai. 

Estou cansada de ficar equilibrando balanças. Cansda de na poder falar, chorar, ser eu mesma sem ser julgada ou criticada. 

Estou cansada do fato dele nao levar nenhum projeto em avanti: Trafego pago, posts para o meu instagram, bitcoin, investimento e sabe-se la quantos outros projetos parados na metade. 

Cansada principalmente do fato dele nao cuidar de mim, das minhas necessidades, das minhas emoçoes. Cansada dele nao me fazer surpresas, de nao planejar viagens ou nem mesmo passeios. 

Se eu organizo tudo ele vai com a maior boa vontade. Se ele tiver que organizar qualquer coisa, a gente morre em casa com bolinhas de mofo. 

Ai ele grita, briga, a ultima palavra tem que ser dele porque ele è o homem da casa. Mas nao me trata como a mulher. Aquela que deve ser cuidada, amparada, ouvida. 

Se ele me ama? Claro que sim. Nao duvido disto. Mas ele nao cuida de mim!

Tudo isso juntao ao fato de que se eu nao estiver 100% de acordo com o que ele pensa a inimiga sou eu. 

E por isto deixo ele gritar na maioria das vezes. FaLo baixo, piso em ovos, escolho o melhor momento para conversar, expor as ideias, com medo e cheia de dedos para que ele nao vire a culpa para cima de mim, invertendo os papeis. 

Eu nao tenho voz. Nao posso me expressar. Nao posso sentir raiva. Nao posso me magoar, nao posso ficar nervosa, porque tudo isto "estraga o dia dele". Mas ele nao se preocupa nem um pouco em "nao estragar o meu dia" tambem. 

Ou seja, eu cuido dele. Cuido das emoçoes dele. Mas e ele? Ele cuida de mim? 

Sabe quantas noites eu vou para a cama sozinha? Ele sempre tem algo mais importante para fazer do que dividir momento comigo. E cada vez menos tenho vontade de dividir momentos com ele. 

Estou cansada. Amo meu marido demais, mas estou cansada de nao ser importante. Estou cansada deste medo imensuravel de falar com ele na hora errada. 

Se ele me escuta? Claro que sim. Se estiver no momento certo. Se estiver super calmo, se estiver de bom humor. 

Entao, tenho que planejar o que dizer, quando dizer para nao virar a vila da historia. Falar o que eu penso? Nem sei quando foi a ultima vez que fiz isto, a parte hoje. Porque eu nao falo o que penso. Eu penso o que falo. E tem uma grande diferença. 

Se a gente viaja, é porque eu programo. Se vamos no lago, é porque eu convido. Se vamos comprar algo, é porque eu chamo. E é assim que vou vivendo. Cuidando dos outros e sem ninguem que realmente cuide e se preocupe com o que eu sinto e sou. 

Faz tanto tempo que nao escrivo. E quando apareço é para chorar. Que idiota que sou. 

Mas hoje voce é o unico lugar onde posso falar abertamente, sem parecer ridicula, sem julgamentos, sem ninguem retrucar. E sem vergonha tambem, porque nao é facil admitir que a mulher forte que fui um dia, hoje, tem medo de falar com o marido. 


 

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