segunda-feira, 30 de março de 2009

Será que você vai saber o quanto penso em você com o meu coração?

"Às vezes estamos nos lugares apenas marcando presença por nossos pensamentos estarem em outros, nos fazendo completamente perdidos"




Na sexta eu estava lá. Estava ótimo. Me diverti muito.
Mas uma parte de mim queria, na verdade, estar com uma parte de você.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Só por hoje



EU VIVO O HOJE.
O QUE VAI ACONTECER AMANHÃ, EU AINDA NÃO SEI.


Não se preocupe em explicar sentimentos. Apenas sinta. Deixe-os fluir e acontecer naturalmente, mas não tenha medo de se expor. Viva e um dia a pessoa certa vai entender o quanto você gosta dela. Mesmo que você não diga nada.


"Existe uma grande diferença entre acreditar em Deus e colocar-se nas mãos Dele. Quando a gente acredita em Deus, a gente sabe que as coisas vem Dele. Mas, quando nos colocamos nas mãos D'Ele, deixamos que Ele nos guie, que Ele faça o que é melhor para nós e que Ele nos oriente em nossas escolhas e ações, sabendo que, mesmo que não pareça, o que Ele faz é sempre o melhor."

Hoje, eu preciso me lembrar disto. Por isso coloquei a frase de novo.

Ah.. e só para constar. Recebi hoje de um amigo uma frase que tem tudo a ver com meu medo de me sentir irracional: A saudade é um sentimento do coração que vem da sensibilidade e não da razão.

Segredos
Frejat

Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei

Diferente de todos que amei...

Nos seus olhos quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer...

Pode ser que eu o encontre
Numa fila de cinema
Numa esquina
Ou numa mesa de bar...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

E eu vou tratá-lo bem
Prá que ele não tenha medo
Quando começar a conhecer
Os meus segredos...

terça-feira, 24 de março de 2009

QUE HAJA AMOR, COMPAIXÃO E PAZ ENTRE TODOS OS SERES DESTE UNIVERSO.

Mensagem do Tadashi

"Para começar, reflita como a maioria das pessoas ao seu redor não tem consciência da força dos pensamentos e das palavras.

Acredito que o mundo externo é só um reflexo do seu mundo interno. Ou seja, o que mandamos para ele, ele nos devolve. Como um bumerangue que atiramos e ele volta à nossa mão.

Palavras rudes... Pensamentos negativos e medíocres... Julgamentos... Mentiras... Roubos... Insultos... Egoísmo... Magoar pessoas com palavras ou atitudes...


O mundo é feito de causa e efeito, assim, TUDO que emitimos retornará e seremos obrigados a assumir as consequências de nossas ações positivas ou negativas.

Apenas IMAGINE no momento que você encontrar dentro de você o AMOR, A COMPAIXÃO E A PAZ e senti-los. E sentindo, contribuir que outras pessoas vibrem nesta frequência. O que pode acontecer?


Pensar no AMOR, NA COMPAIXÃO E NA PAZ.
Sentir O AMOR, A COMPAIXÃO E A PAZ.
Vibrar no AMOR, NA COMPAIXÃO E NA PAZ.
E ajudar outras pessoas a sentirem isto também.

Vamos nos conscientizar do PODER dos pensamentos, das palavras e das nossas ações.
QUE HAJA AMOR, COMPAIXÃO E PAZ ENTRE TODOS OS SERES DESTE UNIVERSO.
"


*** Sintam-se à vontade para copiar, postar em seu blog, repassar por email para os amigos, conhecidos. Só não se esqueçam de atribuir os créditos à Tadashi Kadomoto.
www.tadashi.com.br

Lembre-se SE VOCÊ COMEÇAR, OUTROS VÃO TE ACOMPANHAR...

domingo, 22 de março de 2009

Eu já sei brilhar

Já morri tantas vezes. E a cada uma delas renasço. Renasço mais forte, mais consciente de quem sou, mais segura. Renasço cada vez mais plena e com uma certeza maior de que não estou só de passagem. Vim para fazer a diferença. Renasço pro mundo.

Sinto-me assim, hoje. Meu ritual de passagem foi esplendoroso. Mais uma vez, morre a Cris que eu era. Nasce uma nova Cris.

Apenas um lembrete:

se você pensa que não pode, não pode.
SE VOCÊ PENSA QUE PODE, PODE!

Depois de hoje, eu POSSO TUDO!!!! Sei quais são meus sonhos e objetivos. E sei que posso consegui-los. E é exatamente isso que desejo para você também.

*****

Eu nunca havia prestado tanta atenção à letra desta música quanto hoje. Permita-se prestar atenção também.

Lua De Cristal
Composição: Michael Sullivan

Tudo pode ser, se quiser será
O sonho sempre vem pra quem sonhar

Tudo pode ser, só basta acreditar
Tudo que tiver que ser, será

Tudo que eu fizer
Eu vou tentar melhor do que já fiz
Esteja o meu destino onde estiver
Eu vou buscar a sorte e ser feliz


Tudo que eu quiser
O cara lá de cima vai me dar
Me dar toda coragem que puder
Que não me falte forças pra lutar

Vamos com você
Nós somos invencíveis, pode crer
Todos somos um
E juntos não existe mal nenhum

Vamos com você
Nós somos invencíveis, pode crer
O sonho esta no ar
O amor me faz cantar, faz cantar

Lua de cristal
Que me faz sonhar
Faz de mim estrela
Que eu já sei brilhar

Lua de cristal
ova de paixão
Faz da minha vida
Cheia de emoção

sexta-feira, 20 de março de 2009

Mais de mim, por mim mesma

Sou a mais velha de 4 irmãos. Na teoria. Porque um deles morreu, então, na prática, sou a mais velha de 3. E tenho mais um montão que fui recolhendo por aí. Alguns eu chamo de amigos, mas eles moram mesmo é no meu coração, do ladinho dos irmãos. Então, esses, para mim são irmãos.

Tenho dois filhos que amo - novidade! Para ser sincera, são minha vida. E a gente não vive sem a vida. É por isso que eles são tudo para mim. Se eles não estivessem aqui, uma parte de mim, jamais existiria. Amo os dois mais que tudo. Amo todos os dias. E o dobro aos domingos.

Nunca tomei chimarrão (e tenho vontade), torço para o Palmeiras (seria isso um problema?), adoro conversa inteligente. Adoro passear no parque, andar de bicicleta, ir ao cinema. Odeio shopping. Gosto da Av. Paulista.

Simplesmente AMO livros (estou sempre na companhia de um), beijo é bom e eu gosto. E gosto de namorar (quem não gosta?). Músicas então, nem se fala... Essas, me levam para qualquer lugar.

Sou simples de coração, mas totalmente maluca. Faço o que dá na telha e viajo COM ou SEM programação - sempre com meus bebês a tiracolo.

Adoro coisas improvisadas, muito mais que as programadas. Como diz a música: adoro surpresas sem datas. Odeio ganhar rosas no dia dos namorados. Adoro ganhar flores num dia como outro qualquer.

Esqueço aniversários, datas de primeiro encontro, primeiro dia de namoro... Mas dou uma importância danada para a pessoa que está comigo. Essa sim, eu não esqueço nunca.

Não sei ser pegajosa, não sei ser grudenta e não sei deixar que sejam também. Mas, sou autêntica, fiel, carinhosa e atenciosa. E eu acho legal quando o outro é também.

Como toda mulher, fico neurótica 3 dias por mês - às vezes mais - mas pula essa parte.

Não gosto que me liguem 5 vezes por dia - a não ser que tenham realmente alguma coisa séria para falar - , mas adoro que me liguem, pelo menos, uma vez. Para dar boa noite, então, é perfeito! Faz o dia terminar bem e só por isso, o dia seguinte já começa bem também.

Vou muito à praia, mas gosto mesmo é do interior, do cheiro do mato, da chuva que bate nas telhas feitas de barro. Pôr meus pezinhos descalços na grama me renova as energias. Tomar banho de cachoeira ou de mar me deixa novinha em folha. Mas na falta de uma e de outra, tomo banho de chuveiro mesmo e deixo a água cair e levar tudo que é de ruim.

Minha casa vive cheia de crianças e eu brigo com elas porque não me deixam jogar video-game. Quando deixam, eu sempre perco. E fico brigando porque acho que tenho direito de jogar duas vezes seguidas, já que perco fácil.

Deito no chão para assistir televisão. E apago a luz também. E faço pipoca nem tanto para comer. É que pipoca tem cheiro de filme. E filme me faz bem.

Adoro cachorros. E tenho um gato que eu amo. E eu até acho que ele me ama também.

LEIA O RÓTULO ANTES DE USAR!
Data de fabricação: 1971
Peso líquido: 55Kg (ainda... espero que continue assim....)
Características: 1,55m, pele clara, cabelos castanhos, olhos verdes e muito carinhosa.
Made In Brazil - São Paulo / SP
Conservar em local agradável e de bom trato.

Modo de preparo: Basta abrir a tampa, uso instantâneo e imediato. Mistura-se com pessoas educadas, agradáveis, inteligentes e esforçadas. Recomenda-se consumo imediato. Possui trava de segurança. Produto de uso masculino e sensível a reações externas consideradas impróprias.

Contra indicação: Este produto é contra-indicado para pessoas não adéptas ao bom-humor, falsas, mentirosas, dissimuladas, neuróticas, de mal com a vida e, claro, em caso de suspeita de dengue.

Data de validade: Indeterminado.

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: O USO DESTE PRODUTO PODE CAUSAR DEPENDÊNCIA
MAS APRECIE, SEM MODERAÇÃO.

Não quero brincar de mais uma.


Não quero ser mais uma no trânsito maluco de São Paulo.
Não quero ser mais uma que passa o dia inteiro sentada em frente a uma mesa.
Não quero ser mais uma que anda na praia.
Não quero ser mais uma que fala sem parar.
Não quero ser mais uma que sente saudades.
Não quero ser mais uma que não sabe o que dizer.
Não quero ser mais uma que ouve o que quer ouvir.
Não quero ser mais uma que não ouve o que deveria.
Não quero ser mais uma que vê o que quer ver.
Não quero ser mais uma que não vê o que tem que ver.
Não quero ser mais uma que espera.
Não quero ser mais uma que foge.
Não quero ser mais uma que voa.
Não quero ser mais uma que pousa.
Não quero ser mais uma que sonha.
Não quero ser mais uma que acorda.

Não quero ser só mais uma.
Quero mais...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH !!!!
E esse foi um grito bem grande, porque também não quero ser mais uma que fica calada!


Sou apenas um caminhante que perdeu o medo de se perder (*)



É tão bom caminhar! Bom seguir em frente. Acordar todos os dias com uma esperança nova batendo à mente - e ao coração.


Engatinhava. Tinha medo da vida. Verdade!!!! Tinha medo de tudo. Mas quem me olhava não via. As pessoas só enxergam aquilo que querem ver. Hoje não tenho mais.

Me lembro das conversas com meu pai - tenho pensado muito nele ultimamente - eu dizia que era frágil, fraca. E ele respondia que não, que eu era forte. Que nunca tinha visto ninguém como eu. Ele mesmo não era assim (palavras dele). Eu chegava ao fundo do poço rápido demais - e ainda chego, viu? - mas saía dele com uma rapidez incrível. Na época eu não entendia o que ele queria dizer. Hoje entendo que, quando somos frágeis, aí é que nos tornamos mais fortes (*). Mesmo sem ele saber, ele me ensinou a ser forte.

E ele ainda me ensinou que eu não preciso ser forte o tempo todo. Às vezes posso ser frágil. E ainda assim continuarei a ser eu. Não existem heróis. Todo gigante encontra obstáculos que o transformam em criança (*). E, quando entendi isso, tudo ficou mais claro.

Aprendi a caminhar. Perdi o medo de me perder, porque entendi que ainda vou me perder tantas vezes. Mas eu sei onde quero chegar. É por isso que sigo em frente. Porque, se eu me perder, ainda assim, sei que posso voltar.


(*)Trechos do livro O Vendedor de Sonhos de Augusto Cury. Meu irmão adorava os livros dele. Tenho certeza de que ia gostar desse também.
(*) Foto do álbum do André. Adoro as fotos dele. Por isso roubo todas.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Cordinha, cordinha, cordinha... me amarra no pé da mesa que eu já voei demais!

Às vezes se eu me distraio
Se não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você

Já vi que não posso ficar tão solta

Por isso tenho minha corda.
Eu sou muito mais eu quando tenho meus pés fincados no chão!!!!

Hoje, como diz a música da Ana Carolina, eu quis explodir:


“... É como uma represa pronta pra jorrar
Querendo iluminar
A estrada, a casa, o quarto onde você está
Não dá pra ocultar
Algo preso quer sair do meu olhar
Atravessar montanhas e te alcançar
Tocar o seu olhar
Te fazer me enxergar e se enxergar em mim...”


Só que explodir, nem sempre é o mais correto a se fazer.
Melhor mesmo é me conter e pisar em terra firme.

A vida continua e se entregar é uma bobagem...



Meu pai teve derrame. 3 seguidos. O último, ele não aguentou. Mas antes do último, ele ainda sofreu muito. E era um sofrimento que não acabava.

Eu me lembro de rezar, sem me sentir culpada, mesmo sabendo que não poderia contar para muita gente que rezava assim. Pedi para Deus tirar meu pai do hospital. Não me importava para onde o levasse. Se fosse para ele ir para casa, ótimo. Se fosse para ele ir embora, bom também. Mas que não o deixasse no hospital, porque ele tinha horror a hospital e tinha horror a ficar sozinho. E, como todo hospital público, a gente só podia ficar com ele por, no máximo, 2 horas, nos revezando de 2 em 2. Então ele estava SOZINHO E NO HOSPITAL.

Deus atendeu meu pedido.

E eu não fiquei tão triste quanto todo mundo esperava que eu ficasse. É que eu amava meu pai de uma maneira tão intensa, que eu não queria vê-lo triste. Só queria vê-lo feliz. Mesmo que eu não estivesse.

Mas nos dias que se seguiram, todo mundo achou de me dar os pêsames. Palavra pesada essa, eu acho. Como também é pesado o sentimento que ela carrega. As pessoas deveriam te desejar alegria, te desejar felicidade, porque pesar a gente já tem demais nessas horas.

E eu só pude contar isso para a Glê, porque ninguém mais entendia o meu pedido. A maioria das pessoas acha que a gente tem que se apegar à tristeza, tem que se apegar à pessoa, tem que não querer que ela morra, mesmo que ela sofra. Eu não acho. E a Gleide não achava também.

Mas, se por um lado eu fiquei bem por ele ter ido, por outro, a saudade doía demais. E eu, mesmo não tão triste, chorava de saudade.
É por isso que os bilhetes da Gleide faziam bem para mim. Para amenizar a saudade que eu tinha do meu pai. Ela era a única que entendia que eu nunca chorei de tristeza. Só chorei de saudade.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Para minha filha Luana


Eu estava trocando de roupa, olhei no espelho e falei:
- Ah! Meu Deus! Estou grávida!
- Como assim?!? Você nem está atrasada!
- Eu sei, mas olha aqui, perdi minha cintura.

Foi assim que descobri você em mim, 8 dias antes do que seria o dia que deveria anunciar “as regras mensais” como diria minha avó.

Parece que você já falava comigo e mesmo sem conseguir dizer de qualquer outra maneira, arranjou um jeito de me falar: - Mãe, eu já estou aqui, me perceba!

E eu percebi.

Para mim você foi a maior benção de Deus (o Gui, já disse, foi meu maior presente. São duas coisas diferentes). Mas para o Gui você foi um presente. Um presente sem embrulho. Presente porque alguns dias antes, ele me abraçou e disse: - Mãe, pede pro Papai do Céu colocar um nenê na sua barriga? – Eu não disse nada. Não tinha como Ele fazer isso, afinal, eu tomava remédio. E tomava direitinho. Mas o Papai do Céu é fogo!!! Ele dá um jeito quando Ele quer. E eu acho que Ele achou tão bonito um menininho de 3 anos saber tanto o que quer, que Ele ficou todo sensível e atendeu o pedido. E como o presente foi pro Gui, nada mais justo que ele escolhesse seu nome. E ele escolheu Luana. E a gente te chama de Lua, porque Lu é muito comum. E você nunca foi uma menina comum. E Lua é um pedaço do céu. E você é meu pedaço de céu. E a gente cantava junto, todo dia, para você "Adormecer". E quando você nasceu, a gente cantava junto também.

Minha maior benção você é, porque depois que você apareceu, tudo mudou para mim. Todas as coisas boas do mundo, todos os bons sentimentos, todas as bênçãos do céu, Papai do Céu me mandou juntinho com você. Às vezes acho que você era um anjinho, daqueles com asa e tudo, mas Ele abriu mão de você só para me fazer mais feliz. Ele deve me amar muito. Só assim para conseguir explicar porque ele me trouxe você.

Ainda guardo a lembrança do dia na cozinha da antiga casa quando você perguntou para a tia Lê onde você estava quando eu e ela éramos crianças. A tia Lê disse que você estava lá em cima com o Papai do Céu escolhendo sua mãe. Então você me olhou, apontou o dedinho para mim e disse: - E eu escolhi esta aqui! – e mesmo sendo tão pequenininha, disse com tanta convicção. E veio correndo e me abraçou. Foi o abraço mais gostoso do mundo todo.

Hoje, você já não é mais meu bebê. Mas ainda assim, divide a cama comigo, às vezes. E não é só quando tem pesadelo. Assim, do nada, você pega seu travesseiro e me olha com cara de “quero colo”. Eu levanto o lençol e você deita ao meu lado e me abraça. Às vezes, nem fala nada. E eu não falo também. É que esse silêncio, esse encanto é tão bonito!!!
E às vezes, quando você vem para a minha cama, eu conto a histórinha de quando a Luana estava na minha barriga. E do dia que ela bateu palminha. E dela ser a "Pipica". E cada dia a história fica "mais grande". Porque a Luana cresce também.
Entendi há pouco tempo - e sem culpa - que uma mãe não ama seus filhos iguais. Ama-os sim, com a mesma intensidade. O tamanho do amor é o mesmo. Mas o jeito de amar não.

Você é quem dorme comigo, quem conversa comigo, quem quer saber todas as noites como foi meu dia e que me conta como foi o seu. Você quem deita sua cabeça no meu colo e me pede para assistir Karku com você. É você que me conta dos seus medos, dos seus choros, seus porques. E eu te amo mais perto porque você me deixa te amar assim.

Entendi quase agora que cada um de vocês é do jeito que é, e cabe à mim aceitá-los e amá-los da maneira que são, da maneira que vocês querem ser amado e não como eu quero que sejam ou como eu os quero amar. Por mim, eu colocava os dois numa caixinha bonita e só abria uma vez por dia para deixar o sol entrar. Mas aprendi que, embora sejam MEUS FILHOS, não são meus. Vocês são o presente que Deus me deu. Mas são também o meu presente pro mundo.

Sabe, minha filha, meu mundo é tão mais bonito porque você me escolheu. E, por desejar que o mundo dos outros seja tão bonito quanto o meu, é que não te prendo comigo. Te deixo livre para ser quem você é. Porque quem você é, é o que faz de mim quem eu sou.

Obrigado por me ensinar tanto...
Obrigado por me escolher..
Obrigado por ser minha filha
Meu pedacinho de Lua, meu pedacinho de céu.

Te amo mais que a vida
Te amo mais que o mundo
Te amo mais que tudo.

terça-feira, 17 de março de 2009

Pictures Of You

Estava sendo tão difícil postar mais um. Por um motivo simples. O que fala da minha saudade, que é o que de maior sinto agora, era o último post da página. Deixar essa saudade passar – mesmo que só para outra página – no momento é difícil. Não estou pronta para isso. Ainda não. E o motivo também é simples – saudades é tudo o que eu tenho dele.

Como é difícil entender isso. Como é difícil dar um nome para essa saudade. Porque dar um nome, significa dar também um rosto. E dar um rosto, significa ser ilógica e irracional. Além de, é claro, admitir que penso nele. E essa é realmente a parte mais difícil de todas.

Era mais fácil quando eu só sentia saudades, porque então sentia calada. Mas saber que a minha saudade dele pode ser igual a saudade dele de mim atrapalhou tudo. Baixou minha guarda. E isso para mim é muito ruim. Ruim porque não gosto de me sentir irracional. Só por isso.

Mas agorinha mesmo enquanto estava escrevendo aqui, acabei de ganhar um presente. Talvez um dos mais bonitos que eu já ganhei. Ele me deu uma das coisas que eu mais gosto de ganhar no mundo (e ele sabe disso). Ele me deu uma música. E veio inteira, com clip, letra e tradução. E, se quando eu comecei a escrever eu tinha medo de pensar nele, agora não tenho mais.

Saudades.. demais!!!!





Pictures Of You
The Cure

I've been looking so long at these pictures of you
that I almost believe that they're real
I've been living so long with my pictures of you
that I almost believe that the pictures
are all I can feel.

Remembering you
standing quiet in the rain
as I ran to your heart to be near
and we kissed as the sky fell in holding you close
how I always held close in your fear

Remembering you running soft through the night
you were bigger, and brighter, and whiter than snow.
Screamed at the make-believe, screamed at the sky
and you finally found
all your courage to let it all go.

Remembering you fallen into my arms
crying for the death of you heart
You were stone white, so delicate, so lost in the cold
You were always so lost in the dark

Remembering you,
How you used to be
slow drowned, you were angels
so much more than everything

Hold for the last time
then slip away quietly
Open my eyes but I've never seen anything.

If only I'd thought of the right words
I could have hold onto your heart
If only I'd thought of the right words
I wouldn't be breaking apart
all my pictures of you.

Looking so long at these pictures of you
but I never hold onto your heart
Looking so long for the words to be true
but always just breaking apart
My pictures of you.

There was nothing in the world
that I ever wanted more
than to feel you deep in my heart.

There was nothing in the world
that I ever wanted more
than to never feel the breaking apart ofall my pictures of you.

Pictures Of You (tradução)
The Cure


Fotos Suas

Eu tenho olhado há tanto tempo, essas fotos suas,
Que eu quase acredito que elas são reais
Eu tenho vivido há tanto tempo com essas fotos suas,
Que eu quase acredito que as fotos
São tudo que posso sentir

Me lembro de você
Ficando quieta na chuva
Enquanto eu corria para ficar perto do seu coração
E nós nos beijamos, enquanto o céu desabava
Te segurando forte como eu sempre segurei

Me lembro de você,
Correndo delicada pela neve
Você era maior, e mais brilhante, e mais branca que a neve
Gritava como faz-de-conta, gritava para o céu
E você finalmente encontrou
Sua coragem para deixar tudo isso

Me lembro de você,
Caída nos meus braços
Chorando pela morte do seu coração
Você era pedra branca, tão delicada, tão perdida no frio
Você sempre foi tão perdida no escuro

Me lembro de você
Como você costumava ser
Lentamente afogada, você era anjos
Muito mais que tudo

Se segure pela última vez
Então, fuja silenciosamente
Abra meus olhos, mas eu nunca vi nada

Se apenas eu tivesse pensado nas palavras certas
Eu poderia estar no seu coração
Se apenas eu tivesse pensado nas palavras certas
Eu não estaria entrando em colapso com todas minhas fotos suas

Olhando há tanto tempo essas fotos suas
Mas eu nunca estive no seu coração
Procurando há tanto tempo pelas palavras verdadeiras
Mas sempre me livrando
Das minhas fotos suas

Não houve nada no mundo
Que eu tenha desejado mais
Do que senti-la dentro do meu coração

Não houve nada no mundo
Que eu não tenha desejado mais
Do que nunca me entrar em colapso
Com todas minhas fotos suas




Para minha amiga



Às vezes escrevo de menos e sumo por uns tempos. Às vezes escrevo demais. E me encho de palavras. Palavras amigas e palavras inimigas. Encho-me. E quando estou cheia, me esvazio.

Dessa vez, segui o conselho da Gleide. Não me calei, como disse que faria. Apenas me policiei. Lembrei da vez passada, quando, depois do texto abaixo, fiz um pacto comigo e com ela de que me calaria. Ela, não deixou: - Como eu disse ontem, como você escreve bem! E, sendo justa, não é só durante a TPM, mas você sempre escreve muito bem! Na TPM você é apenas um pouco mais intensa! Consegue transcrever em palavras um caminhão de emoções sem ser piegas. (Achei viu, Glê). Mas ela também me disse para eu me policiar. Como ela mesmo diz, eu tenho o potencial para destruir o mundo – e quem nele estiver – nesse período que as três letrinhas (como ela mesmo as define) assolam o universo feminino.

Sei que, nem bem acordei, sentia como se todos os livros do universo estivessem em mim – e para mim. Letras, palavras, frases saltavam do meu cérebro e chegavam às mãos. Lembram? Não falo, escrevo.
(Só que agora vocês nem devem lembrar, já que eu perdi algumas postagens.. snif.. )

Bom, o negócio é, fiquei muito ausente esse tempo todo, mas no final das contas o motivo era um só. Enquanto estava ausente daqui estava presente lá. E lá é um lugar onde só eu posso estar. Na caixa postal da Gleide. Quer dizer, não sou só eu, mas gosto de pensar que sim. Gosto de pensar que meu lugar na Caixa dela é como meu lugar em seu coração. Único e exclusivo.

Bom, mas estou sempre por lá. Tem dias que trocamos emails o dia inteiro. Tem dias que não. A gente se vê duas vezes por ano, nos falamos umas 20, mas nos lemos quase todos os dias.

E não tem roteiro certo. Às vezes, eu mando uma frase, ela me conta do seu dia, dos seus anseios. Às vezes é ela quem manda uma frase e aí sou eu que conto. Mas, na maioria das vezes, contamos as duas. Contamos tudo. E contamos nada. Ela começa falando dela e termina falando de mim. Eu, começo respondendo de mim, e termino respondendo dela. E seguimos assim o dia inteiro nessa conversa silenciosa, cheia de palavras sem sons.

Ela, com quem quase nunca falo, mas que todos os dias me lê. Divido-me tanto com ela que às vezes esqueço de dividir-me comigo também. Se não a conhecesse não lhe daria um nome. Chamaria-na de AMIGA OCULTA.

Mas como sei seu nome, como conheço seu rosto, chamo-a de AMIGA PERFEITA.

Perfeita porque é presente.
Perfeita porque é simples.
Perfeita porque me entende.
Perfeita porque, assim, como eu, é neurótica.
Perfeita porque é ansiosa.
Perfeita porque me faz rir.
Perfeita porque me enxuga as lágrimas.
Perfeita porque sonha comigo.
Perfeita porque me deixa sonhar.
Perfeita porque me acorda.
Perfeita porque é SUPERMEGABLASTER curiosa.
Mas, perfeita, acima de tudo, porque não é perfeita.
Ela é assim, minha amiga oculta, minha amiga perfeita, minha amiga distante, minha amiga presente, minha amiga que me entende, minha amiga legal, minha amiga neurótica, minha amiga amiga.

Ela me lê, me analisa, me comenta, todos os dias. E a isto retribuo da única maneira que sei. Lendo-a e comentando-a também.

P.S. Esse não faz parte do post original, mas queria que vocês soubessem que esse mês passei mais leve. E, graças à Glê. O tempo todo que meu mau gênio batia a minha porta, eu me lembrava dela, me dizendo para me policiar. Como podem ver, escrevi um monte. Mas nada tão sombrio quanto todas as outras vezes. Nada tão sombrio quanto o que está aí embaixo. Mais uma vez, minha amiga, você me ajudou muito.

O que há em mim, é sobretudo cansaço.


Meu corpo está cansado. Minha mente está cansada. E nesse cansaço todo tenho medo de me tornar uma daquelas pessoas que abomino, cujo cansaço da vida transcedem a alegria de sorrir.Temo me tornar uma daquelas personagens sombrias dos livros mais soturnos cujas características ameaçam, amedontram e confundem as almas mais puras.


Personagem que, no começo do livro, teria "olhos verdes e cheios de esperança" mas, ao final da última página estaria sentada em uma cadeira de balanço em frente à janela, tendo o olhar vazio, perdido em algum ponto esquecido do passado. Às vezes, acho que estou na trajetória de me tornar essa pessoa.

Tenho medo. E, em muito tempo esta é a primeira vez. O pior é que é não é um medo de hoje. É um medo constante que já me persegue há algum tempo. Tenho medo do que possa acontecer e, principalmente, do que não aconteça. Tenho medo de que o que não aconteça seja capaz de me transformar em uma pessoa vazia sem esperança. Tenho medo de que as desilusões, dificuldades, dureza da vida tenham o dom de endurecer também meu coração.Tenho medo de não me achar capaz de ir em frente. Tenho medo de só continuar, mesmo sem querer.


Sei que vou seguir em frente. Sou uma daquelas pessoas que nasceram para lutar e para continuar lutando mesmo quando não há mais esperança. Sou uma daquelas pessoas que mesmo morrendo de medo, vai entrar no quarto escuro para enfrentar seus medos e ir atrás do que acha que é certo. Sei que vou acordar todos os dias, colocar meu pé fora da cama e lutar para que meus filhos tenham uma vida mais colorida que a minha. Só tenho medo que de tanto enfrentar os monstros da vida, esqueça onde estão meus sonhos e pare de viver por eles. Muitas vezes, me sinto bem próxima de ver isso acontecer.


Olho pro meu trabalho e não sei se fiz a escolha certa. Talvez eu devesse ter me sacrificado e aceitado tudo o que me maltrava a alma e o coração em função de manter acesos e vivos a alma, o coração e o sonho dos meus filhos.


Olho para o homem que amei e não tenho mais meu coração cheio de esperança. Sei que nada mais nos espera depois que fechamos a porta do local onde nossas almas se encontram.


Olho para meu futuro e por ter entregue meu coração a este homem que nunca será meu, não tenho mais sonhos e esperanças de ser feliz com mais ninguém.


Abomino as pessoas sem sonhos, sem alegrias, sem vontade de sorrir. E, aos poucos, de tanto ver meus sonhos não se realizarem, de tanto ver a vida passar, de tanto tropeçar nos obstáculos da vida, de tanto apanhar, estou me tornando uma delas. Aos poucos, estou me tornando uma pessoa que acredita que a gente não veio a esse mundo para ser feliz. Por isso, eu só vou seguir em frente, porque também não acredito que me foi dado o direito de desistir.


Então, respiro, inspiro, tomo ar, coloco minha máscara novamente, e as pessoas ao meu redor, apenas me verão sorrir.

****************
Esse é mais um dos textos que encontrei. Foi o que escrevi na minha T.P.M. passada. Não é nem de longe o que sinto hoje. Aliás, não é nem de longe a TPM desse mês. Foi terrível. Ainda hoje, quando leio, me assusto. Mas, encontrei. E é uma coisa que faz parte de mim. E eu preciso olhar, para ver que melhorei. Porque, como já disse antes, preciso me ver de fora, às vezes, para me entender. Enquanto passo por tudo, só passo. Depois que passo é que analiso.


segunda-feira, 16 de março de 2009

Para meu filho, Guilherme




No dia que você nasceu eu chorei. (Grande novidade vindo de mim). A primeira lembrança forte foi quando a enfermeira te trouxe e eu coloquei você nos meus braços. Naquele tempo, quando se tomava a anestesia raquia não se podia levantar. E como não podia levantar, também não podia falar. Foi orientação do médico. Mas eu nem me importei. Quando te deitaram ao meu lado eu não falei. Eu cantei. Cantei para você a música que cantei durante todo o tempo que você estava aqui dentro:

 1º Festival Internacional da Criança em 1983 - Sonho de Gente Pequena


Adormecer como um anjo e correr entre as nuvens do céu
vou brincar de sonhar.
Não quero mais acordar.
Belo assim, como a flor de um jardim
Encantado demais, o meu sonho é de paz
Não quero mais acordar.
Sonho de gente grande é ruim
Não tem mais emoção.
Quero para sempre um mundo assim
Com muito mais amor no coração.

E eu achei que não tinha, no mundo inteiro, amor maior que o meu. Eu achei que jamais amaria alguém mais do que amava você naquele momento. Me enganei. Porque meu amor cresce a cada dia um pouco mais. Hoje meu amor é ainda maior. Meu amor cresce com você. Todo dia um pouquinho. Te amo mais do que amava ontem. E sei que mesmo te amando tanto, ainda assim é menos do que eu vou amá-lo amanhã.

Treze anos depois, às vezes, mesmo que nunca deixe de amar, me esqueço deste amor. Você era meu bebê e eu sentia que nunca iria brigar com você. Hoje, eu brigo. Brigo com motivo, e às vezes, sem motivo também.

“Mal posso esperar para que você cresça e eu o proíba de usar meu carro, ralhe por causa da bagunça no seu quarto, o obrigue a desligar o telefone, o castigue por esquecer de fazer o dever de casa, por tirar notas baixas”. Essas foram coisas que eu nunca pensei. Mas são coisas que eu faço tanto.

Não é por falta de amor. É, talvez, falta de saber demonstrá-lo.

Me lembro de amamenta-lo. Da sua mãozinha pequena no meu peito enquanto você se alimentava de mim. Dos seus bracinhos a pedir colo. Do seu sorriso quando eu cantava para você.

Me lembro do primeiro dia de escolinha. Eu te levei no colo, você ainda era pequeno, só tinha dois anos. E segurei a sua mão e prometi que voltaria no fim do dia para te buscar. E voltei.

Me lembro quando você cantou pela primeira uma música inteirinha de gente grande para mim. Eu estava tomando banho e você sentadinho no banheiro conversando comigo, como fazia todas as vezes.

Me lembro do primeiro passeio ao parque da Mônica. Você ria tanto. E depois, pegamos um ônibus, e você dormiu no meu colo. E eu, cansada, te carreguei nos braços até em casa. Você pesava tanto! Mas eu te amava tanto que nem senti o peso do seu corpinho.

Me lembro do Melocoton que te fazia companhia o tempo todo, aonde quer que a gente fosse.
Me lembro de quando eu trabalhava nos finais de semana. E levava você comigo. E quando o telefone não tocava, eu ficava brincando com você no chão do departamento de vendas.

Me lembro das lições de casa que te ajudei a fazer. Algumas brigando porque você não prestava atenção – me perdoe filho por isso.

Me lembro das muitas noites que você veio dormir na minha cama. Às vezes eu ficava tão espremida no meio de você e da sua irmã. Nem cabia nós três, mas nós três, de um jeito ou de outro, sempre cabemos nela.

Me lembro do seu primeiro beijo. E você chegou em casa, dizendo que tinha uma coisa para me falar depois. E o seu depois só durou uns minutos, porque você queria me contar logo.

Ser mãe de adolescente, não é como eu esperava. Às vezes é mais fácil, outras mais difícil. Às vezes eu erro, noutras acerto. Me perdoe pelos erros. Os erros que passaram e os que virão. Porque, mesmo não querendo, ainda vou errar outras vezes. (Espero que não muita).

Talvez tenha colocado expectativas demais em cima de você. Quero que você seja feliz, que você seja responsável, que você faça suas tarefas, que você ajude sua irmã, que você.. que você... que você... que você....

Mas, na verdade, eu só quero que você cresça e deixe sua marca no mundo. A melhor marca que você puder. A marca que você quiser. Você é do seu jeito, não do jeito que eu quero que seja. E, cabe a mim respeitá-lo. Isso, eu posso prometer fazer.

E, se eu puder te pedir alguma coisa, só deixa eu continuar te amando? Porque amar você e a sua irmã é tudo o que eu sei fazer.



Choveu perfeito assim (13/03)



São Paulo nunca chove certo. Sempre chove errado. Ou chove fininho demais que nem molha o asfalto – porque gramas em São Paulo quase não se vê - ou então, chove tempestade que alaga os bairros menos afortunados.

A última dessas chuvas, fez um estrago danado aqui pertinho de casa. Na frente do meu prédio tem três árvores lindas. Quase todos os dias – porque quando está frio até eles têm preguiça – acordo com o canto dos pássaros que moram nelas. E então, meu dia começa tranqüilo, bonito. Mas voltando às árvores, ou melhor, voltando à tempestade, a última delas derrubou um monte de galhos e troncos no meio da rua. Um montão mesmo. Ninguém subia. Ninguém descia. Os carros tiveram que dar volta no quarteirão, e aí então puderam ver outros galhos derrubados pela mesma chuva na rua de cima.

Mas hoje choveu perfeito. Choveu como há muito não chovia. Choveu direitinho, com pingos, nem tão finos – que não molham – nem tão grossos – que machucam. Choveu chuva de interior. Chuva de fazenda. Chuva com cheiro de chuva. Chuva perfeita.

Quando chovia perfeito assim e eu ainda era criança, eu gostava de tomar banho de chuva. E gostava de usar vestido. E ele ficava todo molhado. E brincava com o pé na água, pisando na lama que a chuva fazia. E abria os braços e rodava na chuva, olhava pro céu para ver Deus. Em dias de chuva perfeita, Deus está lá, escondido no algodão branco olhando que olha para Ele.

Depois quando já não era tão criança assim, mentia para mim mesma que tinha que comprar alguma coisa e esquecia o guarda-chuva e ia andando na chuva deixando a água da chuva cair em mim.

Um dia, quando eu já era grande e estava tão brava com o mundo e choveu perfeito assim, eu nem me preocupei em mentir. Saí chorando na chuva e todo mundo que passou não viu porque eu já estava tão molhada que ninguém sabia o que era choro ou o que era chuva.

Mas hoje, quando choveu perfeito assim, eu só fiquei na minha janela olhando a chuva cair. Eu ia tomar banho, mas quando olhei lá para baixo eu vi duas meninas da idade entre quando eu ainda era criança e quando não era mais tanto tomando banho de chuva. E elas brincavam, e rodavam, e jogavam água uma na outra e abriam os braços e olhavam pro céu.

Eu nem consegui me mexer. Nem para pegar a câmera. Tinha medo que aquela visão desaparecesse. Então fiquei ali, sentada na sacada olhando até que deixou de chover perfeito e começou a cair uma chuva fina e as meninas foram embora.

E o que era para ser apenas uma chuva perfeita, se transformou para mim, numa obra de arte.

E o planeta sobrevive (13/03)



Sou uma só, mas ainda assim sou uma. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor

Não sou perfeita. Longe disso. Aliás, muito longe. Mas, sempre que posso, faço a minha parte. Adoro praia. Adoro caminhar, sentindo as ondas do mar a bater nas pernas. Vou até onde posso, até onde consigo, sentindo o prazer dos pés na areia. Na volta, abro o saco plástico que levo enrolado nas mãos e, sem mais nem menos, me ponho a catar os lixos jogados pelos outros na praia. Não consigo recolher todos, queria conseguir. Muitas vezes olho para trás, por onde passei há apenas alguns segundos e encontro novo dejeto. Então, me atento aos mais coloridos. Os que mais chamariam atenção das espécies indefesas que facilmente os confundiria com algum suculento pedaço de alguma coisa. Não sei se eles tem discernimento de cores - mas eu tenho - então eu recolho.

Outro dia recebi um email que pedia aos motoristas das grandes cidades que não jogassem seus chicletes avidamente mastigados para fora das janelas. O motivo, óbvio para alguns, é que os pássaros ao verem as cores atraentes e o cheiro adocicado não pensavam duas vezes. Bicava-os. Muitos morriam com a goma entalada na gargante. Outros tantos, com os bicos presos ou enrolados pela borracha que ainda por cima, amolecia no asfalto. Outros, um pouco mais sortudos, conseguiam carregar até a ninhada onde, então, sem querer, matava seus filhotes com o tão somente intuito de alimentá-los e, que ironia, não matá-los de fome.

Em uma dessas caminhadas me deparei com uma cena estranha. Um peixe que fumava. Estava ele na beira da água, já quase sem vida, com uma bituca de um cigarro na boca. Um cigarro que, algum infeliz inconsciente da sua burrice e estupidez humana, deve ter jogado próximo a água, senão dentro dela, e o pequeno animal feliz pelo novo cardápio, o abocanhou. Perdeu o fôlego, quase morreu. Ou melhor, quase morreu na beira da água, porque, quem há de me garantir que depois que lhe tirei a bituca e o joguei de volta ao mar, tivesse se recuperado de todo para continuar a nadar? Esse é meu desejo. Mas os danos que foram causados eu não saberia dizer.

O que mais me dói ainda não é exatamente olhar os adultos e ver neles esse comportamento egoísta e estúpido. É ver as crianças, crias destes, repetirem seus atos, porque não lhes foi ensinado outra coisa. E, se não aprenderem, como vão ensinar aos seus. E aos seus dos seus? À nós pais, nos foi dada a tarefa de educá-los. Não somente com estudos. Mas com exemplos. O que muitos não entendem é que, se não fizermos nosso papel de orientadores, o que restará para nós? O que acontecerá com o mundo?

O mundo onde se jogam lixos e entulhos nos rios, bitucas de cigarro e papeis de bala no chão, onde se deixam restos e lixos na natureza não há de ser um mundo saudável para se viver. Um mundo onde não haverá água potável própria para consumo não é sequer suportável. Um mundo onde não existam mais árvores para nos acolher na sombra não é ao menos imaginável.

E não estou fantasiando. O aquecimento global já existe. A escassez de água potável também. Embora, a maioria, nem se preocupe em saber.

O que vai acontecer ao planeta? Por mais incrível que pareça, é fácil dizer. O planeta continuará a existir. Assim como resistiu ao congelamento, novamente resistirá ao que a humanidade está a lhe proporcionar.

Porque o planeta, resiste a tudo. Ele sobreviverá à humanidade, como sobreviveu aos dinossauros, aos anfíbios, aos insetos, aos pluricelulares, aos unicelulares.

A humanidade, não verá a transformação do planeta. É o planeta que assistirá ao surgimento de uma nova espécie dominante. Porque esta espécie que aqui está, precisa deste ecossistema para sobreviver. A próxima, não precisará. Ao novo se adaptará.

Saudade que ocupa um lugar aqui

Torço para você FICAR bem.
Torço para você ESTAR bem.
Torço para que tenha um dia bom.
Torço para que tenha bons sonhos.
E torço principalmente para você voltar logo.

Mas eu ainda nem sei o porque.

Sinto saudades de você. Te tenho tentado ser racional e dizer para mim mesma que é completamente ilógico sentir saudades suas. Mas sinto. E sinto muito.

Uma saudade incoerente.. e nada mais

(Só para constar. Esta, eu escrevi muito antes de publicar. Faltava coragem para anunciar a saudade que tenho dele).
******
Ama-se pelo cheiro, pelo toque, pelo sorriso, pelo bem que o outro lhe faz. Embora não se possa expressar, no fundo, sabe-se por que ama.

Mas saudade, a gente sente até por aquela pessoa que nunca nos deu motivo para amá-la. A gente sente até sem querer sentir, até quando não tem sentido. Saudade é irracional. Simplesmente se sente e, na maioria das vezes, não tem qualquer explicação.

Às vezes sinto saudades de um abraço. Às vezes de um rosto amigo. Às vezes, de uma voz que tranquiliza a alma. Às vezes de uma mão que te levanta. Sinto saudade do cheiro, do toque, de uma tarde ensolarada.

E vem de uma música, de um sorriso, de um livro. Vem de um filme, de um bar, de uma rua.

Saudade é ausência de alguém ou de alguma coisa. Saudade é, basicamente, sentir falta.

Mas, e quando a saudade é incoerente? E quando se sente saudades de alguém que está distante, alguém que nem se conhece, alguém que nunca se ouviu a voz, alguém que se nunca viu o rosto? Hoje minha saudade é assim, movida por músicas em comum, por sonhos incomuns, por expectativas diferentes. Tenho ouvido as mesmas músicas de antigamente. As músicas que nunca ouvi com você. Mas que, por algum motivo, sei que fazem parte de nós. Um nós que provavelmente só existe em mim.

Hoje sinto saudades do cheiro que nunca senti, dos olhos que nunca vi, da voz que nunca ouvi, das mãos que nunca toquei. Hoje sinto saudades do sorriso que não sei como é. Hoje sinto saudades da barba por fazer, que eu nem sei se está assim.

É exatamente por isso que digo que saudades é um sentimento irracional.

E agora?????

Socorro!!!
Falta um pedaço de mim.

Exatamente agora, neste momento.

Estava aqui, fazendo nada e fazendo tudo. Resolvi mexer no blog e deletei ele inteiro. Sem querer. Sem prestar atenção ao que eu estava fazendo. Eu tinha algumas coisas. Mas outras eu perdi. E me sinto nua. Como se faltasse um pedaço de mim.

Eu estava lá. Uma parte de mim estava lá. Alguma coisa eu ainda tenho. Mas eu não tenho tudo. E eu queria ter tudo. Porque aquele tudo era parte de mim. E mesmo o que eu tenho, está mudado, porque cada vez que a gente lê, tem uma coisa que a gente muda. E agora? Que falta uma parte de mim, como vou entender minhas mudanças? Como vou entender quem eu sou? Como vou entender minha evolução?

Em outros tempos gritaria: Quero a minha mãe. Agora grito: Quero eu de novo!!!!!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Por que mais um blog?

(Janeiro de 2009 - Esse é um dos textos que perdi)

A pergunta que não quer calar... (como se já não houvesse tantas... )

Só que, para esta, eu tenho a resposta. É que às vezes sinto necessidade de falar de mim, do que estou sentindo, do que estou pensando (mesmo que seja somente para mim).

E nem sempre o faço porque policio o conteúdo do outro blog. Quero que o outro tenha cara de conteúdo, se bem que nem sempre consigo. Esse aqui pode e deve ter a minha cara. Mas minha cara mesmo.

Então, no dia que eu estiver bem, ele vai ter uma cara feliz. No dia que eu não estiver, talvez tenha uma cara meio triste
No dia que eu estiver zangada, talvez tenha cara de fúria
E quando estiver apaixonada, com certeza, vai ter cara de coração.

É que vivo assim, numa montanha russa de emoções. Sou assim. Já escrevi que nunca estou realmente onde devo estar, ou melhor, nunca estou onde realmente estou. Estou sempre remoendo o passado ou especulando sobre o futuro, mas raramente estou no momento presente.

Então, aqui, eu não vou me preocupar em ser polida, em escrever bonito, ou em ser diferente. Só vou me preocupar em ser eu mesma. Porque é disso que sinto falta. De me transpor para o papel e tentar me descobrir, tentar me entender. Afinal, sou uma pessoa confusa, de mente confusa, de sonhos e desejos confusos. Preciso sempre de uma luz, de um conselho, de uma orientação. E, na maioria das vezes, encontro esse conforto em mim mesma. E ele quase sempre vem mais rápido quando me vejo de fora de mim. Pergunta respondida?

Palavras



Noutros tempos escrevia melhor. Corrijo-me! Noutros tempos escrevia mais. Sentia mais? Pensava menos? Que importa? As palavras já não carregam tão somente expressão do SENTIR. Agora levam-nas consigo a responsabilidade do TRANSMITIR.

Palavras a esmo carregadas de lágrimas, sorrisos e emoções eram postas no papel tão somente porque essa era sua única finalidade. Hoje, toma-me lado a lado com essa função a necessidade de torná-las – na maioria das vezes – bem escritas, ponderadas, sensatas, pontuadas.

As palavras – assim como o coração? – amadureceram. Trazem consigo a responsabilidade de transmitir aos que virão uma linguagem clara, coesa. Precisa mostrar ao futuro que no passado não existiam “vc” e sim você. Precisam mostrar que os naum, os tah, os eh, os tb e os xiau, na verdade são palavras inventadas – talvez pela pressa – por quem não quer de fato escrever. Se o quisessem escreveriam. Não inventariam.

Minhas palavras evoluíram. Minhas frases são mais bem feitas, melhor pensadas. Mas e o coração? Ah! Meu amigo Coração! Esse - por mais que eu teime em acreditar que sim – não amadureceu. Ainda é capaz de bater mais forte com um olhar, com um sorriso, com um recado que só os olhos pertencentes a esse coração podem ver. E ele ainda sente, ama, odeia e grita com a mesma intensidade que o fazia quando as palavras ainda não tinham passado à fase adulta e eram somente crianças - ou jovens – a engatinhar nas folhas de papel.

Talvez por isso que entre novos casais de enamorados, mesmo tendo eles sessenta, ouve-se tantas e tantas vezes: Sinto-me novamente como se tivesse dezesseis. O coração, seja ele qual for, nunca teve mais que isso. Parou no tempo. Não cresceu. Às vezes se fecha. É então que o julgamos amadurecido. Mas o erro - que muitos não se apercebem - é que, ao fecharmos o coração, trancamos com ele todas as emoções: amor, paixão, êxtase, contentamento, ansiedade, excitação. Melhor seria se, ao trancá-lo, lembrássemos de colocar para fora todas elas. Assim, quando o abrissem novamente não estariam agora alvoroçadas, em busca de nova vida. As emoções, quando postas em liberdade de longo cárcere, esquecem-se de obedecer – se é que um dia o souberam – e tomam por morada o coração – o único a quem conhece. É por isso que ele não amadurece. Ou está trancado ou está dominado.

Cabe então às palavras – que vivem a envelhecer – a função de apaziguar o alvoroço do tão querido amigo. São elas que lhe dão alento, conforto, sossego. São elas que lhe acalmam a ansiedade, que se lhe estabelece o ritmo cadenciado da batida compassada. É devido a esse envelhecimento das palavras que, com o passar do tempo, as frases saem melhor estruturadas, mais bem pontuadas, com menos ortografias e gramáticas a serem corrigidas. Mas se prestarmos bastante atenção, com olhos que temos para ver e os ouvidos que temos para ouvir, perceberemos que todas as palavras – as de antes e as de agora – trazem consigo somente as ordens do coração.

Quem amadurece então?

“Não sou dona do meu coração. É ele que o é de mim.”

A Viagem



Mãos nervosas apertam uma à outra, enquanto olhos inquietos buscam, lá fora, a paisagem que se vai passando rapidamente. Vê cercas, árvores, montanhas, alguns animais ao longe, mas, na verdade, não os vê. O céu estrelado de lua cheia que vislumbra pela janela fechada do ônibus, em outros dias lhe trariam paz. Hoje, aceleram-lhe as batidas do coração.

A música do fone de ouvido (que música?) não passa neste momento de mero ruído. O homem canta, mas ela não presta atenção à letra. Tem o rosto colado na janela à espera que a estrada se finde e que finalmente desça os degraus.

Se eu tivesse um carro - pensa. Mas que diferença me faria isso agora? Somente lhe aumentaria a ansiedade ao ter que preocupar-se também com o caminho desconhecido.

Do seu lado esquerdo o banco vazio acomodava sua bolsa. Eram 8 passageiros ao todo no ônibus que cabiam 40. A mulher gorda de blusa roxa que não parava de mastigar; a mãe e a menina loira que dormia com a cabeça em seu colo e os pés, para fora do corredor; o senhor de chapéu; os dois rapazes – os únicos que conversavam – nos últimos bancos do lado direito; a jovem de cabelos longos e ela. Essas são as vantagens de se tomar o último ônibus para uma cidade pequena – pensou.

Quando horas antes colocou seu pé direito no primeiro degrau do ônibus o que lhe veio a mente foi que estava mudando sua vida, reescrevendo seu destino. Ela, sempre tão sensata, recata, correta, via-se agora em um novo mundo.

Não tinha mais por perto a mãe ou o pai. Os irmãos eram grandes, crescidos. Haveriam de saber se cuidar. Já estava na hora de o fazerem. Ou que elas o fizessm por eles. Filhos, não os tinha. Deus não a havia agraciado com esta benção. A bem da verdade, nem com um marido.

Ao olhar as estrelas que se espalhavam no céu como pedrinhas brancas em um tapete escuro, tem consigo a lembrança da vida – feliz? – que tivera até aquele dia.

O banco tinha sido seu primeiro e único emprego. Entrara aos 17 – hoje tinha 28. Depois da jornada diária de trabalho e da hora e meia entre ônibus e metrô chegava em casa cansada. Lavava, passava, cozinhava, limpava para a mãe doente. O pai, há muito Deus o chamou. Os dois irmãos pouco lhe ajudavam. Cabiam às mulheres as tarefas do lar. Não eram, por isso, maus. Apenas repetiam o que lhes havia sido ensinado. Se ao menos tivesse uma irmã que lhe ajudasse a secar enquanto lavava, as tarefas tardariam menos a acabar. Não tinha. Portanto, trabalhava sem se queixar. À ela também foi ensinado que cabem às mulheres as tarefas do lar.

Quando a mãe se foi para junto do pai, sobraram-lhe os irmãos. Bons, amáveis, carinhosos, mas irmãos. Casaram-se. À ela sobrou-lhe então a casa e a tarefa de lavar, passar, cozinhar e limpar – para ninguém.

Foi quando ele apareceu. Tinha o sorriso branco e a alma pura – podia sentir. Os olhos de alguém que entende e conforta. À ele foi ensinado que se dividiam as tarefas e que, à mulher, davam-lhe flores. E chocolates. À ele foi ensinado tomar uma mulher nos braços e fazê-la sentir-se mulher.

Mas ele também se foi. Não como sua mãe ou seu pai, mas se foi. Foi para outra cidade – a sua cidade. Naquela que se conheceram tinha vindo apenas olhar.

Quando a carta chegou não pensou – ou pensou. Pediu as contas, arrumou a mala, subiu no ônibus que agora parava no destino final.

Com a bolsa ainda nas mãos, e não nos ombros onde deveriam estar - quem se importa? - , alcançou os degraus depois do senhor do chapéu. Procurou entre os que ali já estavam os olhos que entendem e confortam.

- Vieste para ficar?
- Sim!
E se abraçaram.

E foi exatamente assim que se iniciou mais uma história de amor.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...